cinzeiro...

Então, depois de algum tempo, eu voltei a ativa.
Não como queriam
E sim, sendo eu mesmo
já sem medo de dizer o que penso
Aind'assim, tenso
Contraindo
a boca como o arco
prestes a disparar blasfêmias

talvez um pouco áspero, mas sincero
um copo grande de vinho e um cinzeiro cheio
O maço vazio e o cheiro
que talvez sintam da minha boca... Meu jeito
não mudou nem por aquela moça
Não-fumante
declarou não gostar nem um pouco
um beijo oco...
Vazio...
tragando minha fé, como um buraco negro
redemoinho...

tentando não lembrar, a raiva ainda vem:
'Esse beijo, que lembra banana verde'
garganta seca e olhos molhados...
Mais um chute na minha história foi colecionado....

uma semana já se havia passado

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A diferença é apenas um dia ruim

Aonde vai, moleque? Já são fundos os olhos na penumbra da noite
onde uma pedra é o paraíso no cinza do concreto

As luzes azuis e vermelhas te asssustam.
A sociedade é uma perua vadia que diz que te amou,
quando você já foi o futuro - mas não se iluda

O marido dela te ergueu no colo no comíssio há doze anos,
quando prometeu um sapato e um teto pra sua mãe,
numa linda fotografia de campanha.
Hoje, nem te reconhece e queima seu filme a ponto de eu ver no seu jeito roto,
o retrato de todos cala-bocas
 que sua e mãe recebe pra que você coma

E os seus brinquedos - na beira do córrego, o barquinho
 que afundava
que em sonhos você aspirava
navegar e
 salvar gente 
que morre afogada 
na enchente.

Ser bombeiro, porque você viu 
No sonho infantil
alguém se preocupando
 em salvar vidas, 
colocando a própria em risco...
Hoje, a brincadeira é outra
 e você vai com ferro e chumbo na mão.
São barulhos de pólvora na noite e não são fogos.
Há uma festa alí,
 próximo. 
perfeito.

Não são velinhas que você apaga... São velhinhas.
Mas, logo hoje... 
Que o filho de alguém importante 
vai fazer festa...

E você, filho forte? Orgulho do pai, o policial,
que não teme quem te adora à própria morte
Lembra de quando seus sonhos eram fazer justiça,
invadir cativeiros e 
prender sequestradores
e já tinha
o instinto assassino

lembra, quando brincava 
com a espingardas ?
Lembra quando seu pai 
te ensinava a caçar

Lembra de matar galinhas,
 e depois
 assar 
nos almoços da fazenda?

O valor de ser forte e obedecer naquele chinelo, 
que você brincava,
e hoje, defende 
 Com orgulho
o brasão 
com uma farda.
E com o pouco que ganha,
 só sabe hoje, 
de onde saiu o dinheiro
para aquela fazenda ser comprada.

Ronda a casa do figurão
 e vê se 
não vai ser 
ameaçada,

pois estará em festa 
e eu não quero 
nenhum nóia na calçada.

Lembra da velhinha apagada?
Lembra do roto menino que queria ser bombeiro?
Lembra do valor à vida, com a cabeça no travesseiro?
É a mesma vida que verá de tua arma, a última luz,
Convence o travesseiro
para se enxergar como um anjo justiceiro.
Então, pelas lentes vigilantes da câmera, duas opniões se afastam da verdade
A linda alegoria do policial honrado que usou a violência
ou os dois inocentes que foram encontrados mortos na calçada


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Esqueci de falar das rosas...




Olhem! Há bufões ditando as regras, gargalhando  e colocando narizes de palhaço em nossas caras!
 Mas... Olhem direito: Não reconhecem que esses bufões são as pessoas que você escolheu para lhe servir e fazer com que seus pais, mulher e filhos tenham uma vida melhor?
  Foi só motivo de baderna ou inocência dos jovens, quando eles invadiram a câmara dos vereadores? Vocês esperavam que algum deles estaria lá? Mesmo?
  Sim... Há traficantes, ladrões, policiais e cidadãos lutando uns contra os outros, em uma guerra que inverteu os valores da humanidade... E quando esses valores foram invertidos, deixaram exemplos claros - A piedade se tornou fraqueza, honestidade se tornou motivo de piada, amor à vida se tornou covardia e é você quem serve aos bufões, protegidos por porcos cinzas com a honra tão manchada como a esses malditos bufões.
 Mentira! Uma farda cinza condecorada e de alta patente faz com que minhas verdades percam seus alicerces, e como verdades sem alicerces são nada mais do que mentira... Quantas verdades valem a patente de uma mentira?
 Quanto a honra que não é manchada, mancha a farda de sangue, com no máximo três tiros para o alto em e um velório bonito e aos filhos, os bens são garantidos - Um carrinho usado, com pouco mais de dez anos para os passeios com a família e uma casa vizinha aos traficantes, que têem o mesmo como pessoa que o falecido pai e os moradores do bairro - Nenhum!
 Como uma orquestra desafinada também termina, o  último ato é encerrado em uma viagem interrompida pelo ônibus queimado...
 E cabe a mim essa pergunta, amigos:
 Seus atos são legítimos ou só são atos de quem aceitou o nariz de palhaço?