onde uma pedra é o paraíso no cinza do concreto
As luzes azuis e vermelhas te asssustam.
A sociedade é uma perua vadia que diz que te amou,
quando você já foi o futuro - mas não se iluda
O marido dela te ergueu no colo no comíssio há doze anos,
quando prometeu um sapato e um teto pra sua mãe,
numa linda fotografia de campanha.
Hoje, nem te reconhece e queima seu filme a ponto de eu ver no seu jeito roto,
o retrato de todos cala-bocas
que sua e mãe recebe pra que você coma
E os seus brinquedos - na beira do córrego, o barquinho
E os seus brinquedos - na beira do córrego, o barquinho
que afundava
que em sonhos você aspirava
navegar e
que em sonhos você aspirava
navegar e
salvar gente
que morre afogada
na enchente.
Ser bombeiro, porque você viu
No sonho infantil
alguém se preocupando
alguém se preocupando
em salvar vidas,
colocando a própria em risco...
Hoje, a brincadeira é outra
Hoje, a brincadeira é outra
e você vai com ferro e chumbo na mão.
São barulhos de pólvora na noite e não são fogos.
Há uma festa alí,
São barulhos de pólvora na noite e não são fogos.
Há uma festa alí,
próximo.
perfeito.
Não são velinhas que você apaga... São velhinhas.
Mas, logo hoje...
Mas, logo hoje...
Que o filho de alguém importante
vai fazer festa...
E você, filho forte? Orgulho do pai, o policial,
que não teme quem te adora à própria morte
Lembra de quando seus sonhos eram fazer justiça,
invadir cativeiros e
que não teme quem te adora à própria morte
Lembra de quando seus sonhos eram fazer justiça,
invadir cativeiros e
prender sequestradores
e já tinha
o instinto assassino
lembra, quando brincava
e já tinha
o instinto assassino
lembra, quando brincava
com a espingardas ?
Lembra quando seu pai
Lembra quando seu pai
te ensinava a caçar
Lembra de matar galinhas,
e depois
assar
nos almoços da fazenda?
O valor de ser forte e obedecer naquele chinelo,
que você brincava,
e hoje, defende
e hoje, defende
Com orgulho
o brasão
com uma farda.
E com o pouco que ganha,
E com o pouco que ganha,
só sabe hoje,
de onde saiu o dinheiro
para aquela fazenda ser comprada.
Ronda a casa do figurão
para aquela fazenda ser comprada.
Ronda a casa do figurão
e vê se
não vai ser
ameaçada,
pois estará em festa
e eu não quero
nenhum nóia na calçada.
Lembra da velhinha apagada?
Lembra do roto menino que queria ser bombeiro?
Lembra do valor à vida, com a cabeça no travesseiro?
É a mesma vida que verá de tua arma, a última luz,
Convence o travesseiro
para se enxergar como um anjo justiceiro.
Então, pelas lentes vigilantes da câmera, duas opniões se afastam da verdade
A linda alegoria do policial honrado que usou a violência
ou os dois inocentes que foram encontrados mortos na calçada
Lembra da velhinha apagada?
Lembra do roto menino que queria ser bombeiro?
Lembra do valor à vida, com a cabeça no travesseiro?
É a mesma vida que verá de tua arma, a última luz,
Convence o travesseiro
para se enxergar como um anjo justiceiro.
Então, pelas lentes vigilantes da câmera, duas opniões se afastam da verdade
A linda alegoria do policial honrado que usou a violência
ou os dois inocentes que foram encontrados mortos na calçada